terça-feira, 5 de maio de 2015

O Governo não sabe como se fazem filhos.


 

Na Assembleia da República falou-se, mais uma vez, da necessidade urgente de aumentar a natalidade em Portugal.
Urgência que é reconhecida por todos os grupos parlamentares. Talvez por isso mesmo todos tenham fugido à questão engalfinhando-se em acusações mútuas e dichotes abstrusos.
Ao que consta até haveria 38 propostas em cima da mesa, ideias bastantes para iluminar o mundo. Nesta matéria, porém, vamos continuar às escuras, porque o Governo não sabe como se fazem filhos, ou finge não saber, e a oposição afina pelo mesmo diapasão. Daí tantas ideias, estudos e debates.
Ficamos a saber, contudo, que o governo tem como intuito velado aumentar o número de contribuintes e a oposição como propósito declarado pôr os portugueses a viver bem e sem trabalhar.
Embora não ignorem, certamente, aquilo que Josué de Castro a seu tempo provou: a miséria e a fome conduzem à catastrófica explosão demográfica.
Por outras palavras: países ditos subdesenvolvidos como o Afeganistão ou Angola possuem elevadas taxas de natalidade enquanto países desenvolvidos como a Alemanha ou a Austrália, baixas taxas de natalidade.
Melhor dizendo: as taxas de natalidade são baixas quando há controle de natalidade e se inibe, por diversas formas, a procriação, e acontece exactamente o contrario quando não há planeamento familiar, ou a cultura e a religião prevalecentes condenam, ferozmente, a contracepção.
 Trata-se de um problema essencialmente cultural e do foro da política social, portanto, portanto.
Problema que ganhou especial acuidade na velha Europa e em Portugal em particular, onde se corre o risco de, a prazo, os indígenas ficarem em minoria e verem as suas culturas postergadas.
Europa onde até há pouco tempo as práticas sexuais também serviam para fazer filhos mas onde, hoje em dia, servem para tudo menos para esse útil propósito.
Acontece que os filhos são o produto fundamental das famílias que os devem gerar de forma a criar bons cidadãos e melhores governantes.
Em Portugal, concretamente, o problema continua a ser adiado ou tratado com ideias avulso, que tarde ou nunca produzirão os resultados desejados. Quando há muito deveria ter sido atacado, tratando a família como um todo, em todas as vertentes educacionais, económicas e sociais. E não olhando apenas para o útero da mulher reprodutora.
Desavergonhadamente os dois principais partidos continuam a não se entender, também nesta matéria, talvez por pretenderem que as criancinhas nasçam já com as suas bandeirinhas na mão.
Ou talvez o Governo esteja à espera que as medidas de austeridade, porque lançam os portugueses na miséria, farão aumentar a taxa de natalidade, como acontece nos países subdesenvolvidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário